Nome do Mundo: Cidades de Papel.
Único em Seu Universo.
Dimensão: 368 páginas.
Criador: John Green.
Data de Nascimento:
BRA: 2013 / US: 2008
BRA: 2013 / US: 2008
Trouxe aos Terráqueos Brasileiros: Intrínseca
Onde Obter: Saraiva - Submarino - Livraria Cultura - Americanas - Amazon - PDF
Relatório Completo: Skoob.
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Relatório Completo: Skoob.
Sinopse: Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma. Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte. Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.
Heeeeeeeey! Sim, eu sei que dei um novo significado
para palavra "sumiço", mas aqui estou eu, ignorando a loucura da
escola momentaneamente só para desfrutar da magia de escrever que me foi
privada durante esse tempo todo. Oh dó.
“Margo sempre adorou um mistério. E, com tudo o que aconteceu depois, nunca consegui deixar de pensar que ela talvez gostasse tanto de mistérios que acabou por se tornar um”.
Provavelmente vocês já estão cansados de ver resenhas dos
livros do Green por ai. Yeah, eu também. Mas eu queria deixar registrados meus
pensamentos sobre esse livro, pois foram tão extremos a tal ponto que ainda não
sei se minha opinião sobre é mais para positiva ou negativa, ops.
“Isso sempre me pareceu tão ridículo, que as pessoas pudessem querer ficar com alguém só por causa da beleza. É como escolher o cereal de manhã pela cor, e não pelo sabor”.
Começando por Quentin. Primeiramente, QUE RAIO DE DIABOS DE
NOME É ESSE?? Criatividade foi lá no Polo Norte, hein Sr.Verde! Enfim, Quentin
está nas suas últimas semanas de aula do Ensino Médio, o desejo mais ansiado ou
temido. Ou uma mistura de ambos. Porém, Quentin não demonstra sentimentos
significativos quanto a isso. Sua atenção está, assim como esteve desde a
infância, em Margo Roth Spielgelman, sua misteriosa vizinha de muitos
anos, possuidora de um ar de superioridade naturalmente intrínseco e aquela por
quem Quentin mantém uma paixão desde que se conheceram. Já aviso que essa
paixonite me enjoou desde o começo.
“Sempre achei que só pessoas importantes tinham inimigos. Por exemplo: historicamente, a Alemanha tem mais inimigos que Luxemburgo. Margo Roth Spielgelman era a Alemanha. E a Inglaterra. E os EUA. E a Rússia czarista. Eu, eu era Luxemburgo. Só na minha, criando minhas ovelhas e cantando à tirolesa”.
Certo, tudo seguia relativamente bem em sua vida. Quentin possuiu uma particularidade de gostar do tédio e não se incomodar com ele.
Gostar de ter os pés no chão e um futuro previamente traçado à sua frente. Até
que certa noite, Margo aparece na janela de seu quarto, vestida e pintada
de preto, convidando-o para uma operação/missão misteriosa, mas com a garantia
de ser a noite mais emocionante de sua pacata vida. Pausa para reflexão: vocês
acham que Quentin diria não a uma aventura com a Sra. Spielgelman? Cof, NEVER,
cof.
“Fazer as coisas nunca é tão bom quanto imaginá-las”.
Eis que a operação/missão misteriosa se mostrou ser um plano
de vingança muito bem planejado contra o namorado traidor de Margo. E apesar
das cenas engraçadíssimas, esse momento juntos serviu para pôr em dia anos as
reflexões e conversas que estavam há anos atrasadas. Margo descreve sua forma de ver a cidade em
que vive, (o mundo em geral), e tudo que nela habita: feita de papel. As
pessoas e suas preocupações banais, casas com fachadas lindas por fora, mas com
famílias destruídas por dentro... Enfim, livros do João Verde e suas filosofias
peculiares.
Porém, contudo, entretanto, a aparente ascensão de Margo na
vida de Quentin revela seu objetivo dias depois: foi uma despedida.
“Olhe para todas aquelas ruas sem saída, aquelas ruas que dão a volta em si mesmas, todas aquelas casas construídas para virem abaixo. Todas aquelas pessoas de papel vivendo suas vidas em casas de papel, queimando o futuro para se manterem aquecidas. Todas as crianças de papel bebendo a cerveja que algum vagabundo comprou para elas na loja de papel da esquina. Todos idiotizados com a obsessão por possuir coisas. Todas as coisas finas e frágeis como papel. E todas as pessoas também.”
Margo possuía o hábito de fugir de vez em quando, a tal ponto
que seus pais já nem se importavam mais. Contudo, Quentin precedia que
desta vez seria definitivo. Margo Roth Spielgelman deixaria para trás a cidade
de papel junto com a vida de papel que achava levar.
“- Quanto mais trabalho, mais percebo que os seres humanos carecem de bons espelhos. É muito difícil para qualquer um mostrar a nós como somos de fato, e é muito difícil para nós mostrarmos aos outros o que sentimos”.
Quentin, junto com alguns amigos, decide procurá-la. Ele
sabia que uma das características de Margo era deixar pistas misteriosas e
aleatórias sobre seu destino. E desta vez, sente que elas foram deixadas para
ele. É então que a vida do nosso protagonista se resume a constantes tentativas
de entender Margo. De conseguir ser Margo e sentir suas dores para encontrar o lugar em que foi procurar uma cura. Mesmo que para isso tenha de
arruinar seu histórico de poucas faltas, sua festa de formatura e até, quem
sabe, algumas amizades de muitos anos.
“Eu não pude deixar de pensar no fim das aulas de tudo o mais. Gostava de ficar afastado, observando-os – era um tipo de tristeza que não me incomodava, e assim eu só ouviam deixando toda felicidade e toda tristeza daquele redemoinho de términos me dominarem, cada sentimento fazendo o outro ficar mais forte. Por um longo tempo, foi como se meu peito estivesse se abrindo, mas era não exatamente desagradável”.
Pois bem, neste livro John-Greeniano somos apresentados a
diversas passagens que evocam vários sentimentos e pensamentos que temos e
muitas vezes, achamos que só habitam em nós. Quem nunca parou para pensar sobre
quão verdadeira é a vida que você tem vivido? Ou quem nunca analisou se o
"eu" que você mostra para as pessoas, principalmente as mais
próximas, corresponde a pessoa que se denomina pelo seu nome e eu não sei mais
se isso é uma pergunta ou afirmação. Ignorando isso, esta reflexão deveria ser
algo comum.
“A cidade era de papel, mas as memórias, não.”
Analisando os personagens, 99% são tradicionais e clichês até
para um livro clichê de Young Adult. O protagonista obcecado pela
melhor amiga de infância. Um melhor amigo nerd. O outro melhor amigo
retardado e que só pensa em garotas. A amiga bitch da ex-melhor amiga do
protagonista. E por um motivo estrondoso, todos eles se juntam e viram amigos
em nome de algo maior, que é achar a melhor amiga do protagonista. E está ai o
livro. E não acho que eles passaram por um amadurecimento significativo ao longo do livro.
Sim, eles aprenderam e viveram muitas coisas. Mas o livro não os fornece muito
tempo para sintetizarmos isso. (Sim, agora somos plantas). E tenho de falar: a Margo entrou na lista para personagens mais inúteis e irritantes de todos os tempos. Além de alienar a mente do Quentin, ao invés de mudar as pessoas com quem se relaciona ou rever o próprio comportamento, ela prefere chamar todos de frívolos, (claro, de forma metafórica), e sair da cidade como se nada daquilo pudesse oferecer o que ela gostaria. Primeira observação: Querida Margo, o mundo não é uma fábrica de realizações de desejos; Segunda observação: Você é tão "vazia" quanto qualquer um, talvez até mais por rotular a cidade como de papel, quando na verdade você nunca tentou melhorar a vida. Sim, me sinto melhor agora, obrigada.
“São tantas pessoas. É tão fácil se esquecer de como o mundo é cheio de pessoas, lotado, e cada uma delas e imaginável e sistematicamente mal interpretada”.
Sim sim, eu sei que a resenha pode parecer sem foco. Mas é
como eu disse, eu ainda não sei totalmente o que eu sinto por esse livro. E não sei se algum dia saberei. A
síntese dele não é nem um pouco meu estilo de livro. Mas o jeito como o autor
conduziu tudo isso, a linha que uniu o esqueleto-mais-do-que-clichê com as
reflexões, fez com que a essência do livro seja mais uma história de término de
ensino médio. A mensagem que o autor quis transmitir é incrível. Apenas acho
que ele poderia ter usado de um meio mais interessante. Porém, sem ressalvas quanto
a escrita. Green prova-se mais uma vez uma fábrica de diálogos inteligentes e
fabricador de personagens que GOSTAM do conhecimento e que fazem piadas com
o mesmo. Sua escrita é leve, nem um pouco rebuscada ou por demasiada descritiva.
Eu adoro o modo singular de sua escrita, como se levasse às palavras para
passear.
“Só tenha em mente que às vezes o jeito como a gente pensa em alguém não é exatamente o jeito como essa pessoa é”.
AGORA, VAMOS FALAR DAQUELE FINAL. Acredito que o Green tenha
ficado em um impasse gigantesco, pois apenas com a sinopse é possível deduzir
muitas coisas do desfecho. Creio que sua intenção era surpreender a todos que
seguiram a hipótese mais óbvia. Porém, o resultado se resume em catástrofe.
Grande quantidade de pontas soltas, questões não resolvidas e personagens
esquecidos. Sr. Green, continue matando personagens que amamos que fica mais legal. E outro detalhe, há alguns trechos de insinuações sobre metáforas para se seguir e outras coisas que me fez ver um certo padrão de temas que o Green aborda. (Cof, fetiche por crises existenciais, cof).
Well, folks, para nota final, PAPÉIS! Criatividade é tudo
nessa vida. Quatro papéis, pois mesmo tentando ignorar implicâncias pessoais,
aquele final superou/arruinou tudo. Espero que tenham gostado e se preparem,
pois logo voltaremos à ativa! AH SIM, acompanhe um pouco das filmagens no canal dos Nerdfighters!
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