sábado, 3 de janeiro de 2015

Livros Entre Linhas: Os Mistérios de Warthia


Nome do Mundo: Os Mistérios de Warthia.
Universo: A Profecia de Mídria.
Do Mesmo Planeta:
2°: CADÊ?
Dimensão: 392 páginas. 
Criadora: Denise Flaibam.
Data de Nascimento: 
BRA: 2013.
Trouxe aos Terráqueos Brasileiros: Novo Século.
Onde Obter: Submarino - Livraria Cultura -Americana
Relatório Completo: Skoob
Sinopse: Serafine Delay era uma garota comum... À sua maneira. Sua vida na sossegada Vila do Sol muda bruscamente numa noite, quando sua décima oitava primavera era festejada. Um ataque acaba forçando-a a fugir desesperadamente de monstros sanguinários e imbatíveis. Por algum motivo para lá de insano, tais criaturas queriam sequestrá-la! E enquanto mergulha de cabeça no universo mágico de Warthia e começa a entender a ligação de suas marcas com a história daquele mundo, Serafine descobre-se numa surpreendente situação: seu destino está traçado. Uma antiga profecia clama por seu espírito, e uma difícil jornada deve começar. Na companhia de um belo e rude espadachim, uma simpática garota de orelhas pontudas e um felpudo guerreiro belicoso, Serafine deve ingressar numa viagem de perigos desconhecidos, que se inicia no Norte daquele vasto continente, treinando para derrotar àquela que vem das Trevas para tudo devastar. Os Mistérios de Warthia devem ser desvendados, e Serafine é a única capaz de fazê-lo.

Muito bem, caros mochileiros que não acompanharam as minhas não-presenças ao longo de 2014, (nem eu não me acompanhei, risos risos). Já peço perdão caso a resenha fique confusa, pois digamos que passar semanas, vulgo meses, sem escrever acarreta prejuízos na hora em que a vergonha na cara retorna e a vontade de escrever aparece. (Ela sempre esteve presente, está bem?)


Vamos falar, (mentira, eu vou falar), sobre esse livrinho que vocês provavelmente já viram qual é logo acima. Os Mistérios de Warthia é um livro de fantasia nacional que, só para curiosidade dos meus fantasmas leitores, comprei na Bienal de São Paulo esse ano, hehe. (Mas não consegui autógrafo, enfim, para mais dramas vá ao meu twitter).



Enquanto cavalgava, sentindo o vento bagunçar seus longos cabelos, Serafine sorriu. Para ela, a sensação de liberdade era a maior dádiva.

Vou explicar a história, primeiramente, pois como eu disse, esqueci como se faz esse negócio de resenhar, digamos que não é como andar de bicicleta ou empunhar uma espada... não que eu saiba fazer ambos). Certo, Serafine é nossa protagonista criada num vilarejo pequeno, (e com pessoas, aparentemente, com a mente de mesmo tamanho), chamado Vila do Sol. Ela está para fazer seus 18 anos e até agora sua vida resumi-se em ser pacata e sempre ter de esconder as estranhas marcas espelhadas pelo contos com as quais nasceu, com medo de que as pessoas a achem anormal. Medo sempre relembrado pelos seus pais adotivos, pois foi deixada na porta dos dois quando era recém-nascida. Seraphine cresceu sem nunca passar necessidades extremas, é bonita, bem amada pela família e amigos, até que um dia, (nesta resenha, vocês irão conhecer 2 fatos sobre a desgraça e a primeira é que ela é iminente e a segunda é que, iminentemente, é igual ao primeiro), durante a sua festa surpresa, ocorre um ataque feito por uma espécie de alcatéia de lobisomens, matando pessoas que Serafine ama e deixando um caos o lugar que considera seu lar. O pior sobre tudo? Serafine não pôde nem ao menos fazer algo a respeito, afinal, ela é só uma humana medíocre.


Durante a festa, um dos lobisomens estava misteriosamente procurando por Serafine, dizendo que havia planos reservados para a garota. Por sorte, dois convidados estranhos acabam por defendê-la e, surpreendentemente, partem em uma viagem com a personagem. Serafine descobre do pior modo que é a escolhia de uma profecia que existe há séculos. E se por um acaso a sensação de Déjà vu começou a aparecer depois desse início, não se espante. Ela me acompanhou durante o livro inteiro, MAS VAMOS TENTAR CUMPRIR O DESAFIO IMPOSSÍVEL DE SER IMPARCIAL ATÉ A HORA CERTA.


Essa viagem é o coração do livro. É onde Serafine conhece Jarek e Ývela, dois de seus futuros guardiões, descobre o significado de seus marcas e também percebe o quão grande e variado é o reino em que vive. O destino dessa jornada é chegar a uma espécie de "cidade sagrada" onde se encontram as pessoas que a orientaram a entender e cumprir a profecia proferida a tanto tempo. Mas claro muita coisa pode acontecer nesse meio tempo e, por que não, depois disso.



- Não era um ser sombrio de coração. A forma como nascemos ou onde nascemos não influencia nosso futuro. Somos capazes de escolher nossos caminhos. Como você bem disse, não há só luz ou escuridão em uma criatura.

Well, well, vamos lá. O livro começou com um clima delicioso de série de aventura medieval. Parecia que a cada capítulo era um novo episódio. A escrita permanece fluída durante todo livro, e esse é seu maior ponto positivo. PORÉM, (sempre há porém's nessa vida, acostumem-se), conforme a história foi se desenvolvendo, você começa a prever os próximos acontecimentos muito facilmente, lê-se clichê. É a típica jornada do herói que nasceu predestinado a cumprir uma profecia X feita há muitos séculos, cujo mundo o tem aguardado pela mesma quantidade de tempo. Vocês já não viram isso antes? Outro ponto que me incomodou consideravelmente foi A Feiticeira, o antagonista da história. Afinal, se há uma profecia e um herói, tem que ter alguém para combater, certo? Certo. 


Compreendo que será uma série de quatro volumes e por isso perdoou as pouquíssimas explicações sobre sua pessoa. Mas até agora, pelo que nos é apresentado, ela é aquele ser que há muito tempo atrás foi derrotado e agora quer se reerguer para tentar dominar o mundo e o encher de trevas. Tudo bem, "wow, que malvada", mas eu queria algo mais dimensional. Queria um vilão com motivos para fazer o mal que pretende fazer. Não apenas uma figura que nasceu genuinamente má. Mas enfim, isso é uma opinião particularmente minha, O problema é que senti essa falta de camadas na construção da maioria dos personagens. E, pela narrativa ser em terceira pessoa, não houve como ignorar e colocar a culpa na protagonista por "ainda estar conhecendo os personagens". SIM, REPITO, tudo bem que é o primeiro da série e ainda há muita história pela frente, mas EXATAMENTE por ser o primeiro, a autora deveria nos cativar com os personagens (com tudo na verdade, mas okay), para acender a vontade de ir até o fim.

Outro ponto que quero comentar é a falta de uma dinâmica mais enérgica durante as cenas que precisam desse detalhe. Tenhamos em mente que o livro é um Jovem Adulto, gênero fantástico de clima medieval. Essa é uma combinação que sugere o que? "ACOMPANHE ALTAS AVENTURAS COM ESSA TURMINHA DA PESADA". Bem, ao menos é assim que soa na minha mente, e ponto. A autora se preocupa em nos fornecer uma certa riqueza de descrições de cenários, dos trajes dos personagens, expressões faciais e, fora a Serafine, qual o possível pensamento deles no momento, (o que deixa a dúvida do porquê escrita em terceira pessoa se não se aproveita de todas vantagens desse tipo de narrativa). Mas quando chega a hora dos diálogos e principalmente das cenas de ação, isso acaba sendo um pouco direto demais. A batalha das últimas páginas, por exemplo, foi uma decepção para mim. Não comentarei por motivos de spoilers, mas fiquem com o sentimento.



Serafine fechou os olhos, tetando desligar sua mente de todas as coisas confusas que vinham acontecendo desde o Ritual. Tentou focar sua atenção em outra coisa, como a água morna que parecia aconchegante ou como os sons vindos da cachoira que pareciam tranquilizantes. Da mesma forma que antes, podia sentir o poder vibrando em cada parte do seu corpo, ansiando por ser usado.

Sabem aquela mania desses livros que envolvem profecias e destino, os orientadores dos protagonistas nunca quererem contar NADA para eles, "porque ele entenderá quando a hora chegar"? Sim, irritante, mas super presente.

E como não falta na maioria dos livros, há o romance entre a protagonista e o homem-que-a-salva umas "poucas" vezes. Nada contra, mas houve momentos que revirei os olhos pela maneira típica com que tudo foi tratado. Aquela troca de olhares tímida, mas que faz a Serafina gastar um parágrafo comentando sobre como aquilo a fez corar, como ela nunca havia sentido isso antes... Não, por favor.

A diagramação é bem simples e eu adorei essa capa, os tons de verde e a cor amarelo alaranjado da ave conversam muito bem entre si. E os começos de capítulos são uma graça. Há alguns errinhos de revisão, mas nada grave.


Pois bem, mochileiros. Os Mistérios de Warthia é o primeiro livro da Denise (se não me engano) e acho que no geral ela fez sim um bom trabalho. Eu enxerguei muito potencial em sua escrita, que como já disse, possui uma fluidez muito boa e não há aqueles momentos em que o autor parece perdido ou em conflito quanto ao que focar. Não, ela se saiu muito bem nesse aspecto. Vou continuar com a série, pois quero conhecer mais da história de Ývela, uma das guardiãs e até agora minha personagem preferida, e do coelho guerreiro Guillian e claro, ver a evolução tanto da escrita quanto da história. Além do mais, a experiência de ler um livro nacional/não-traduzido, ou seja, as exatas palavras do autor é muito agradável e sou do time que luta para que os nossos escritores tenham seu lugar ampliado no mercado nacional, afinal, SOMOS BRASILEIROS, LUTE PELAS COISAS QUE VALEM A PENA NO PAÍS! (tantas outras coisas que poderia a falar a respeito, mas polpar-lhe-ei-os).



De nota, três coelhinhos bem fofinhos e nem um pouco letais, vulgo Guillian, só que não. 



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