segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Livros Entre Linhas: Calafrio


Nome do Mundo: Calafrio
Universo: Os Lobos de Mercy Falls.
Do Mesmo Planeta:
2°: Espera.
3°: Sempre.
Dimensão: 348 páginas. 
Criadora: Maggie Stiefvater.
Data de Nascimento: 
BRA:  2010 / US: 2009.
Trouxe aos Terráqueos Brasileiros: Agir.
Onde Obter: Saraiva - Submarino - Livraria Cultura PDF
Relatório Completo: Skoob.
Sinopse: Quando chega o inverno, Grace é atraída pela presença familiar dos lobos que vivem no bosque atrás de sua casa. Ela espera ansiosamente pelo frio desde que fitou pela primeira vez os profundos olhos amarelos de um dos lobos e sobreviveu ao ataque de uma alcateia. Esses mesmos olhos brilhantes ela encontraria mais tarde em Sam, um rapaz que cresceu vivendo duas vidas - uma normal, sob o sol, e outra no inverno, quando vestia a pele do animal feroz que, certa vez, encontrou aquela garota sem medo. Tudo o que Sam deseja é que Grace o reconheça em sua forma humana, e para isso bastaria que trocassem um único olhar. Mas o tempo de Sam está acabando. Ele não sabe até quando manterá a dupla aparência e quando se tornará um lobo para sempre. Enquanto buscam uma maneira de para torná-lo humano para sempre, têm de enfrentar a incompreensão da cidade, que vê nos lobos um perigo a ser combatido. 


“Eu era um fantasma na floresta, silencioso, parado, frio. Eu era a personificação do inverno, o frigido vento com forma física. Eu estava parado perto da beirada da floresta, onde as árvores começavam a se afinar, e cheirei o ar: na sua maioria, cheiros mortos encontrados nessa estação do ano.”

Sinceramente, eu ainda não sei como começar essa resenha. Assim como não sei porquê demorei todo esse tempo para começar essa trilogia. Talvez com um "Ignore esse abençoado que colocou na capa a pior frase para quem quer vender "Se você é fã de Crepúsculo, vai amar Calafrio". E de partir qualquer coração, além de dar vontade de partir a cara de uma pessoa dessas. Sério, gente, só reparei nisso agora. Se você é capaz de ser fã de Crepúsculo, então vai gostar de qualquer coisa (sem mimimi's). Anyway, depois de estragar o primeiro parágrafo, (não mais do que já estragaram a capa, repito outra vez), vamos ver se consigo melhorar isso durante a resenha.


“Atrás do balcão, eu me espreguiçava em meu banco, no sol, e sugava o verão como se pudesse segurar cada gota dele dentro de mim. Conforme as horas passavam, a ensolarada tarde branqueava todos os livros na prateleira para versões mais pálidas deles mesmo, e esquentava o papel e tinta dentro das capaz, e o cheiro de palavras não lidas pairava no ar. Era isso que eu amava, quando era humano.”


A leitura me emocionou de um jeito sem igual. Eu ainda posso imaginar com detalhes boa parte das descrições e se eu me concentrar de olhos fechados, posso até reviver todos os diálogos acontecendo na minha frente. De todas as resenhas que li tentando explicar a magia profunda desse livro, é uma coisa que só dá para entender quando você começa a ler. E neste momento estou com medo de que esse medo supere toda a vontade de escrever sobre esse livro, MAS TENHO DE SEGUIR EM FRENTE, porque ficar parada só vai fazer a primeira opção ganhar, e não queremos isso. (Vocês talvez, mas eu não).



“E ele exalava um cheiro que os mesmo lobos ao meu redor – rico, feral, almiscarado. Mesmo agora, enquanto ele estava deitado no meu quarto, eu podia sentir o cheiro de lobo nele, embora ele estivesse usando uma nova pele.”



Grace mora em uma cidade pequena e única. O motivo? A alcateia especial que só habita aquela região. E ela se difere das pessoas por ter sido salva de um ataque de lobo por um do bando, com peculiares olhos amarelos. Desde aquele dia, há 6 anos atrás, Grace tem observado de longe as mudanças da alcateia, sempre procurando seu lobo de olhos amarelos e sempre tentando entender o porquê de eles desaparecem no verão e só voltarem quando as temperaturas caem, no inicio do inverno.



“Eu tinha a desconfortável sensação de coisas não ditas.”

Sam é um dos lobos e faz parte da alcateia desde que era criança, quando foi mordido. Durante as estações quentes do ano, ele cresceu como um menino, lendo livros e compondo músicas mentalmente, mas quando as temperaturas baixam, ele se junta ao bando para caçar enquanto a neve cai. Desde que salvou Grace, ele a tem observado quando está sob forma de lobo, lembrando apenas de seu cheiro. E quando vira humano outra vez, torce para que seja nesse verão que ela olhará nos seus olhos amarelados e o reconheça. Falar para qualquer outra pessoa o segredo do bando é absolutamente proibido. (A música da Hannah Montana "Best Of Both Worlds" nunca explicaria tão bem).





“Lobos que escondiam corações humanos sob suas peles.”

Mais um inverno se aproxima e com ele a chance de poder observar seu lobo. Ou sua garota. Até surgir a notícia de que um menino da escola foi morto por ação dos lobos e Grace vê a indignação crescer por toda cidade. Ela não pode suportar a ideia de caçadores indo atrás do seu bando, do seu lobo. Até que TCHARAN, algum incidente acontece, e Sam vai parar sangrando na porta da casa de Grace, sob forma humana (acho que você já podem deduzir o que foi, cierto?). Depois de todo o auê, Sam passa a morar escondido na casa de Grace, onde eles finalmente começam a se conhecer melhor, mesmo que em 6 anos de obervação fez Sam saber mais sobre Grace do que os pais dela jamais se importaram em saber.


“Ele não disse nada. Talvez não haja nada para ser dito. Ele envolveu seus braços em mim novamente, mas desta vez ele guiou meu rosto para seu peito e passou a mão na parte de trás da minha cabeça, desajeitado, mas reconfortante. Eu fechei meus olhos e escutei a batida do seu coração até o meu combinar com seu ritmo. Finalmente ele descansou sua bochecha no topo da minha cabeça e sussurrou: — Nós não temos tempo para ficar tristes. —”

O enredo básico é isso. A partir dai que toda mágica se desenrola. A narração da história é dividida entre Grace e Sam e desse modo PERFEITO conhecemos os pensamentos de ambos, enquanto eles desejam saber o pensamento um do outro. Eu gostei muito desse tipo de divisão, o único livro que li também nesse estilo foi As Crônicas dos Kane, mas é diferente quando as duas pessoas não são irmãos, há menos xingamentos.



“Era uma maldição. Mas tornou-se como uma pessoa que ama o verão e o inverno. Isso faz sentido?”

Para quem tem preconceito com Young Adults, vulgo eu, este aqui me conquistou ainda mais por ser livre de reclamações. Sabe, toda aquela história de "Será que ele/ela me ama?", o xororó de quando ele/ela vai embora, as descrições monótonas de como "eu não consigo viver em ele", sem contar quando inventam um triângulo amoroso no meio MAIS DO QUE DESNECESSÁRIO? (Sim, isso começou como uma pergunta, mas terminou como afirmação, não procure sentido em mim, nunca tive). 

“Estranho como meus momentos mais violentos tenha sido como humano, não como lobo.”

Pois bem, esse livro não tem NADA disso. Por mais que a história gire ao redor de Grace e Sam (vamos combinar que até a combinação dos nomes soa perfeito >.<), o livro não se concentra totalmente neles. Há as histórias paralelas de cada lobo que forma a alcateia, e você entende que todos são humanos, seja por dentro ou durante certa parte do ano. Não é apenas o local criado só para citar de onde a autora tirou o mocinho, há toda uma mini-mitologia em volta. E, pelos deuses, não confundam com lobisomem. Enquanto o grupo está sob forma de lobos, eles SÃO lobos; pensam e agem seguindo os extintos de um. Ignorem o que Meyer disse para vocês, (faça como eu, finja que ela nem existe). Apesar quando voltam a ser humanos eles podem raciocinar como tais novamente.


“Os olhos dela passavam pelas prateleiras, buscando uma possibilidade para fuga.”

No começo,a transformação dos lobos recém mordidos é instável e inconstante, mas a cada ano que passa é preciso uma temperatura cada vez mais elevada para poder se transformar em humano, até que chega um momento que ele se torna um eterno lobo. Isso deu um toque de adrenalina a mais na luta para manter Sam sempre aquecido para não se transformar em lobo mesmo faltando poucas semanas para o inverno, afinal, esse é o o último ano que poderá se transformar em humano, e cada segundo Grace é valioso.


“O que eu era sem minha pele de lobo? Um garoto tão cheio de palavras que elas derramavam em mim.”

Mesmo humanos, quem é mordido permanece com algum traço do lobo dentro de si. E mesmo Grace nunca tendo se transformado, ela carrega isso consigo. Sam, obviamente, também. Isso gerou momentos EXTREMAMENTE FOFOS, pois aonde quer que estejam, um sempre sabe sabe quando o outro aparece, simplesmente pelo cheiro. Grace sentindo o cheiro de Sam ao seu lado passava a sensação de segurança e o cheiro de Grace era a única coisa mais próxima de uma lembrança que Sam pôde carregar enquanto era lobo (Eu já disse isso? Nevermind, é tão fofo que vale a pena ver de novo repetir). Além da audição aguçada, claro. E se você isso estranho, então nunca tenha um cachorro, oras. (Muito menos um lobo/macho te esperando todo verão e te observando no inverno).


Li comentários dizendo que a narrativa era poética e essa autora, a Maggie, ser conhecida por fazer personagens femininos "mais fortes" que os masculinos. Well, eu achei a narrativa encantadora, envolvente, do tipo que te captura e lhe dá cada vez mais motivos para se apaixonar por ela. (Ou simplesmente fale "arrebatadora" de uma vez). Já quanto aos personagens: Grace é uma garota independente por ter convivido com pais irresponsáveis a vida toda. Ela simplesmente sabe como se virar sozinha. Como Sam a descreve "My lovely summer girl." Além de sua preferencia por matérias exatas, alegando que nunca soube lidar com palavras. 


“Sam pegou minha mão, o aperto dele era firme e a pele dele quente contra a mim no frio ar de outono. Os olhos dele me estudavam, grandes e luminescente no brilho da tarde, e por um momento eu fiquei presa em seu olhar, lembrando aqueles olhos me estudando através do rosto de um lobo.”

Já Sam viveu um drama um tanto mais pesados com seus pais. Ele teve de abandoná-los por ter virado um lobo e seus pais o consideraram uma aberração. Sam cresceu adquirindo gosto por poemas e compondo músicas, além de conciliar os instintos selvagens que nunca pararam de habitá-lo. Ele simplesmente é mais sensível quanto sua percepção do mundo. Ou como Grace o descreve "Lindo e triste ao mesmo tempo".


“Os troncos sem casca, em branco, pareciam amanteigados na luz da tarde, e suas folhas eram de um dourado delicado. Eu virei para Sam, e os olhos dele refletiam o mesmo amarelado brilhante de volta para mim.”

Posso tagarelar em forma de palavras (pois na vida real meu modo túmulo não permite), o quanto conseguir, mas aquela típica sensação de "não ter como explicar porque amou um livro", algo que Só Leitores Sabem, nunca deixaria de reinar. As emoções que florescem durante a leitura, e o plano de fundo envolvendo inverno e natal é perfeito, assim como os lobos que são criaturas lindas e misteriosas. Difíceis de serem explicados, assim como o encantamento que se livro lançou em mim (Avada Kedavra para quem rir).


“Eu me perguntei se ela sabia o quão transparente o cheiro dela a fazia, como me dizia o que ela estava sentindo quando ela não dizia em voz alta.”

Como fotos de lobos não seriam a coisa mais criativa a se pensar, aqui está 5 floquinhos de neve para representar a nota!  Espero que ajude a refrescar Ba dum tss. MENTIRA, ESPERO QUE TE CONVENÇA A LER MESMO.

Quote que melhor me descreve: “Mas sou apenas uma colegial pobre com uma mesada muito limitada. Eu pego os livros da biblioteca.”


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