domingo, 16 de fevereiro de 2014

Livros Entre Linhas: Strawberry Fields Forever


“Meu coração corria desabalado pela rua escura dos meus medos.”

Nome do Mundo: Strawberry Fields Forever
Único em Seu Universo.
Dimensão: 272 páginas. 
Criador: Richard Zimler.
Data de Nascimento: 
BRA:  2013 / US: 2009 
Trouxe aos Terráqueos Brasileiros: Galera Record
Onde Obter: Saraiva - Livraria Cultura PDF (em inglês) 
Relatório Completo: Skoob
Sinopse: O livro conta a história de Teresa. A vida da menina muda radicalmente quando os pais deixam Lisboa para irem viver em NY. Não estando preparada para a vida na América, com dificuldade para se exprimir em inglês, Teresa encontra refúgio no seu particular sentido de humor e no único amigo, Angel, um rapaz brasileiro de 16 anos, bonito, mas desastrado, que adora John Lennon e a sua música. Mas o mundo de Teresa desmorona-se completamente quando o pai morre e a deixa, a ela e ao irmão mais novo, com uma mãe negligente e consumista. Os problemas de Teresa confluem para um clímax de desespero no dia 8 de Dezembro de 2009 - aniversário da morte de John Lennon - quando ela e Angel fazem uma peregrinação ao Memorial Strawberry Fields Forever em Central Park. Aí, um terrível acontecimento que nunca poderia ter previsto devolve-a à vida e ao amor.



“[...] minha voz, dando forma a frases escritas em 1937, por alguém que nunca conheci, se enche de tudo o que quero e preciso.”

Pois é, essa capa é realmente hipnótica. Tanto que eu mais tinha vontade de olhar para ela do que continuar a ler o livro. Os motivos? Keep reading and find it!


“Falei em inglês, porque minha voz me sai mais confiante numa língua que não é a minha.”

Teresa é uma garota (ainda bem), de quinze anos e imigrante portuguesa em New York. Ela mora com sua mãe, cuja qual nunca se dera muito bem devido ao seu gosto exótico e cuidar dos filhos não faz parte dele, e com seu irmão Pedro, de sete anos, que ainda faz xixi na cama e é à la filho de Hades. (Estou falando, logo menos o titio do submundo o reclama). Se ser uma estrangeira que ainda tem muitas dificuldades do inglês é ruim, ver o pai, a pessoa que mais amava no mundo, em estado grave no hospital só deixa as coisas ainda mais felizes. Para completar a dose de bizarrice em sua vida, Angel/Caetano, seu melhor amigo, é gay e imigrante brasileiro, (no coments).


“Às vezes, agarramos um momento e o enfiamos no bolso e sabemos que vamos andar com ele o resto da nossa vida.”

Whatever, Teresa e Angel possuem um peculiar gosto musical, sendo que Beatles está no topo da lista, (really? Nem suspeitava). Além de comporem haicais, (Hey, Apolo, alguém ainda te ama), fazer planos específicos para o futuro está entre seus hobbies preferidos. (Fazer planos suicídas logo em seguida, but forget it while.)


“E sabe por que quero ficar sozinha, Dr. Rosenberg? Porque pela primeira vez na vida estou exatamente onde quero estar e preciso ficar realmente em silêncio para sentir qual o sabor disso, para caso de não voltar a acontecer.”

Como Tereza se encontra na abençoada fase da adolescência, confusão e insegurança a definem. ("A definem", não quer dizer que todos são assim). Com seu misto de defeitos, por exemplo, pensar que só é boa no basquete, achar que nunca fará amigos, não conseguir conversar com a mãe, entre outros que todos tem no próprio pacote, Teresa vai narrando como é estar sob sua pele, envolvida pelos tipos de lembranças, pensamentos e metas que a cercam. Seu maior objetivo agora é ajudar Angel a lutar contra o bullying gerado pela sua homossexualidade. Mas ela recebe a notícia de que seu pai falece no hospital, e Teresa sente que todo seu mundo se caminha para debaixo desta cova. 

“É espantoso como podemos acreditar que o mundo gira numa órbita mais quente, e que o sol brilha por entre todas as frestas das nossas preocupações, e logo a seguir basta um idiota [...] para tapar até a última fendazinha e levar nossos pensamentos de volta para a escuridão.”

Com a mãe já com um novo namorado, Angel decidindo se mudar temporariamente, sua expulsão do time de basquete e a queda de suas notas na escola, no momento, pouca coisa importa para Teresa. A não ser querer que seu irmão consiga ter uma vida normal, fora da "ilha" que os cercam, como ela própria gosta de colocar.


“Talvez os rapazes sejam mais frágeis que as garotas. E quando passam a ser homens, passam o resto da vida a encobrir essa verdade.”

Teresa começa a abraçar a ideia do suicídio e chega até a fazer uma "receita da morte", com data marcada para escreverem em sua lápide, mas enquanto está no memorial feito a John Lennon, silenciosamente se despedindo de Angel, um telefonema muda completamente seus planos, e por sorte, chega a estendê-los.


“Uma coisa é certa: sentirmos que esperam alguma coisa de nós é a melhor maneira de nos sentirmos numa armadilha.”

O livro é basicamente isso: uma história sobre o cotidiano nada rotineiro de Teresa. É um livro para ler e viver, enquanto durarem as páginas, a vida de outro alguém. E para mim, uma boa divisão do livro, seria enchê-lo de marcadores com avisos do tipo, "Aqui Teresa está suportável"; "Pode pular essa parte, Teresa está intragável; "Aqui se encontra uma boa citação, vale ler essa página apenas por isso"; "E a chatice volta". Yes, o livro foi uma verdadeira montanha-russa de "Teresa’s e suas variações".


“É uma sensação boa, sentirmos que não desapontamos alguém de quem gostamos.”

E se vocês estão achando que a resenha está sem rumo, leia o livro e perceba que isso aqui <contorno invisível delimitando todo o post> teria tanto precisão quanto um tiro de flecha dado por Katniss comparando com a coesão inexistente da narrativa do livro. Eu me senti mais perdida que a própria Teresa em sua ilha mental.


“Temos de ter orgulho dos nossos próprios triunfos, senão quem o fará por nós?”

O autor não seguiu uma ordem cronológica, sendo que passado, presente e futuro se embrenharam enquanto Teresa parece está apenas sob efeito de alguma coisa (sou culta demais para escrever macoinha, baby) que tira o objetivo de estar compartilhando sua vida conosco. Analisando melhor, não consigo lembrar em momento algum que senti determinação por parte da protagonista, ou almejo por alguma coisa sem ser quando suas ideias suicidas (e ridículas) começam. Eu estava quase encontrando o fio da meada quando simplesmente a existência do livro perdeu sentido. O que era confuso  e bizarro perdeu a lógico, junto com o prazer de terminar o livro por querer e não por TOC de não conseguir abandonar um livro.


“E mais respeito pela maneira como mesmo as palavras mais silenciosas – sussurradas de uma página – podem nos mudar.”

Sinceramente, não tenho muito que falar do livro. Eu li sem planejamento prévio, bem ao estilo "Seja o que Bacon quiser". A sensação que prevalece em mim agora é de ter lido algo que não me adicionou nada. Não que eu ache que todos os livros têm obrigatoriamente de ter uma lição de moral, mas não precisa ser escolar para que nos acrescente algo.


“E como algumas pessoas são tão boas para enganar os outros se fingindo de cordeirinhos, quando não passam de lobos disfarçados, com um monte de maquiagem e roupas da moda.”

Talvez o autor quisesse "ressaltar os traços de uma mista confusão características da adolescência em forma de narrativa", mas o resultado poderia ter sido mais amplo e bem aproveitado, assim como os personagens mais bem trabalhados para que eu pudesse acreditar que são reais. Outro detalhes que me irritou foi sempre que Teresa queria justificar seus atos, mencionava um tal de Dr. Rosenberg ou Meritíssimo, como se estivesse um em tribunal ou uma consulta. Sem motivo ou aviso prévio, como se soubesse que estava fazendo a coisa errada e já treinando suas explicações.


“Às vezes penso que nosso senso de humor há de nos salvar. Quero dizer, as pessoas descartam o humor como uma coisa que não é assim tão importante, mas no fundo talvez seja a mais importante quando procuramos chegar ao fim da escola sem nos matarmos, a nós ou a alguém.”

Uma nota extra: no livro CHOVE citações de "cultura americana" bem específica, e eu senti falta de notas de rodapés por parte da editora para que consigamos nos situar e entender a intenção do autor.

“Ler... Têm de reconhecer que há nisso qualquer coisa de especial, como se às vezes o que há de melhor nos seres humanos sejam nossas palavras.”

E por que não deixar linkado a música que inspirou o livro com direito a clássica citação Living is easy with eyes closed? BEATLES, HERE!

“Ler meu haicai para mim mesma era como um feitiço que podia me ajudar a atravessar o dia sem soluçar. [...] E levar o livro comigo era uma proteção extra. Temos de nos agarras às coisas de que gostamos quando estamos nos afogando.”

Em suma, é isso galera. Sendo bem criativa e generosa na nota, espero que tenham gostado e aproveitado os quotes, pois eles foram o único motivo para eu não ter considerado  um desperdício de leitura. See you, guys!



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