quarta-feira, 23 de julho de 2014

Livros Entre Linhas: Sete Dias Sem Fim


Nome do Mundo: Sete Dias Sem Fim or This is Where I Leave You.
Único em Seu Universo.
Dimensão: 304 páginas.
Criador: Jonathan Tropper
Data de Nascimento: 
BRA:  2013 / US: 2010
Trouxe aos Terráqueos Brasileiros: Arqueiro
Onde Obter: Saraiva - Submarino - Livraria Cultura PDF
Relatório Completo: Skoob.
Sinopse: Judd Foxman pode reclamar de tudo na vida, menos de tédio. Em questão de dias, ele descobriu que a esposa o traía com seu chefe, viu seu casamento ruir e perdeu o emprego. Para completar, seu pai teve a brilhante ideia de morrer. Embora essa seja uma notícia triste, terrível mesmo é seu último desejo: que a família se reúna e cumpra sete dias de luto, seguindo os preceitos da religião judaica.
Então os quatro irmãos, que moram em diversos cantos do país, se juntam à mãe na casa onde cresceram para se submeter a essa cruel tortura. Para quem aprendeu a vida inteira a reprimir as emoções, um convívio tão longo pode ser enlouquecedor.

HEY HEY! Vamos ignorar o tempo que passei fora e ir direto a resenha? Aviso de pergunta retórica, cof.

O que dizer de Sete Dias Sem Fim? Apenas que o AUTOR DEVERIA HONRAR O TÍTULO DO LIVRO E REALMENTE SER SEM FIM, mas okay, voltando a respirar aqui para (tentar) escrever algo decente.


Aquele tipo de esquecimento que a gente bem gostaria que fosse possível na vida real, mas que claro, não é. Na vida real, não temos escolha quanto ao que esquecer.


Judd Foxman é o típico cara que acha que tem tanto potencial para ser alguém na vida quanto seus músculos para impressionar uma garota: ZERO. Durante toda sua existência sempre viveu medianamente, tanto no tamanho da sua sorte quando dos seus sonhos. Nunca se destacou na escola, nunca foi motivo de admiração para os pais. Por isso, quando conheceu Jenn (que na época ele não sabia, mas se tornaria sua futura ex-esposa), abriu mão da qualquer esperança de melhoria em sua vida, pois achava que isso era o mais próximo do topo que poderia chegar.


E à medida que os primeiros vizinhos começam a encher a sala, vindo nos dar os pêsames com uma expressão solene no rosto, vai ficando claro para mim que o motivo mais provável para se encher a casa de visitas durante a Shivá é evitar que os enlutados se esquartejem mutuamente.


Bons dez anos de passaram e a vida de Judd não poderia ser mais normal. Tanta normalidade que até entediava. Trabalhando em uma rádio, cujo chefe era o narrador de programas polêmicos, propositalmente longe da família e há muito sem visitá-la, imerso em um casamento morno, cuja sombra dos filhos perdidos ainda pairavam entrelaçado a ele.


Mas o amor não é isso? Duas pessoas que satisfazem as necessidades uma da outra?

Se Judd quisesse algumas mudanças, a frase "cuidado com o que deseja" nunca funcionaria melhor! No dia do seu aniversário de casamento, Judd chega em casa mais cedo e descobre a mulher traindo-o com o chefe, que a propósito, é fisicamente tudo que Judd queria ser. Além de perder o emprego e receber a notícia da morte do pai, Judd terá que se comprometer a seguir a tradição judaica do Shivá e permanecer na mesma casa junto com toda sua família por sete dias sem fim (ba dum tss).


- Por favor – insiste ela-, me diga em que você está pensando.

É um pedido absurdo. Nossas mentes, sendo isentas da censura da culpa ou da vergonha, são egoístas e más, e a maioria de nossos pensamentos, em qualquer momento, não serve para o consumo público porque ou seria ofensiva ou apenas nos faria parecer os sacanas egoístas e maus que somos. Não partilhamos nossos pensamentos, apenas versões cuidadosamente editadas, suavizadas, adaptadas hollywoodianas desses pensamentos

Premissa interessante, não? (Say yes or die). Tive vontade de ler esse livro na hora que bati o olho na sinopse. Não está fácil encontrar livros que prendem a partir do momento em que você descobre do que se trata. E Sete Dias Sem Fim foi assim até a última linha, sem nunca perder o ritmo ou ficar desinteressante. Transcrever a experiência de lê-lo resultaria em rios de resenha (não que eu já não faça isso, mas fiquem apenas com o espírito da frase). 
- Sinto falta do meu pai – diz ela.
- Também sinto.
- Mesmo?
- Já sentia quando ele era vivo.


As pessoas podem nunca mudar realmente. Mas suas vidas, laços e valores, sim. Constantemente. E foi isso que Judd descobriu, principalmente devido ao processo de divórcio, funeral do pai e  enquanto prosseguia em companhia das pessoas que mais deveria amar, e no fundo você realmente o faz, mas na maioria das vezes prefere encobrir isso com ausências, colocando a culpa nos "defeitos insuportáveis" e feridas passadas. Certo, estou fazendo daquele rio um mar, I'll stop.


Phillip é um depositário de trechos aleatórios de diálogos de filmes e letras de música. Para abrir espaço para tudo isso em seu cérebro, aparentemente ele precisou limpar todas as áreas onde coisas como lógica e bom senso costumam ficar guardadas.

Se você não achou a premissa muito convincente, o humor negro e ácido (a partir de agora denominado "humor coca-cola") com grande certeza irá de encantar!, (ou ao menos o máximo que acidezes encantam alguém). Narrado em primeira pessoa por ninguém menos que Judd Foxman, o autor traz a tona pensamentos corriqueiros trabalhados em sentenças com um ar sagaz e profundo. E um detalhe que me agradou muito, foi que nenhum personagem "revolucionou" sua vida no final, (o que seria muito piegas-típico-sessão-da-tarde). O futuro permaneceu em aberto, todos ainda continuam com seus compromissos e escolhas. As experiências pela quais passaram nesses sete dias apenas tentaram ajudá-los a ter um maior campo de visão do que devem fazer dali para frente. (oh, my feelings). E personagens instigantes não faltam, nos fazendo sentir e compartilhar o peso desse processo!


- Hã, Sra. Foxman... – diz Ereto, pigarreando. – Na verdade, não se deve usar salto auto durante a Shivá.-
- Eu tenho pé chato – responde minha mãe lançando sobre Ereto um olhar tão afiado que é quase como se ele estivesse sendo submetido a uma circuncisão.

A leitura desse livro foi uma experiência totalmente nova. Composto de citações perfeitas, até parece pensamentos que o autor sempre carregou consigo a respeito de como as coisas silenciosamente são e funcionam. E depois de reunir vários, decidiu moldar um livro com elas. É com uma junção de sensações ver a si próprio em diversos trechos do livro, ao mesmo tempo que se identifica com os problemas das personagens, ou enxerga também sua própria família e amigos no meio de toda aquela confusão. E no fundo, não é nada além que a própria vida.


Não sou capaz de dizer se Jen e eu teríamos dado certo se não tivéssemos perdido o bebê. Sei que é o cúmulo da idiotice contar com um bebê para salvar um casamento em vias de falência. A criança não consegue nem arrotar sozinha e lá vamos nós querer que ela conserte um relacionamento que passamos anos torcendo incansavelmente na tentativa de dar aqueles nós fortes, cegos e cobertos de sal que dão os marinheiros.

Não irei dizer que o livro é PERFEITO (damn, acabei de dizer nn), pois eu sempre me confundia quanto ao nome dos personagens, mesmo já no final. Simplesmente não se fixou na minha mente. E o livro tem um certo ar de American Pie e, desculpe fans, mas não é lá algo que me agrade. Mas isso são problemas pessoais, não são falhas em relação a mau desenvolvimento ou escrita pouco fluida, na verdade é TOTALMENTE o antônimo disso.


Se você já viveu um casamento fracassado – e, considerando as estatísticas, há uma boa chance de ter vivido, ou, caso contrário, de viver em breve -, então sabe que a primeira coisa que se faz no fim é refletir sobre o início. Talvez seja uma espécie de encerramento reverso, ou apenas aquela tendência básica humana para o sentimentalismo – ou quem sabe para o masoquismo -, mas ao se ver ali, em estado de choque em meio às ruínas calcinadas da própria vida, nossa mente invariavelmente viaja de volta no tempo até o momento em que tudo começou.


Okay, that's enough! A partir daqui, deixo apenas mais um recado (quer dizer, quando eu escrevi essa linha eu tinha só mais um recado em mente, but you never know): Sete Dias Sem Fim pode ser um livro a ser lido apenas como diversão ou também você pode"decidir" acrescentar as reflexões, (decidir entre aspas, porque elas vão te raptar de qualquer maneira, trust me!). Queria escrever todas as citações que marquei aqui. Mas teria de rescrever metade do livro, no kidding!


-Não tenha vergonha de chorar – diz mamãe, baixinho.
- Tudo bem.
- Nem de rir. Não existe reação emocional correta.


E VAI TER FILME \O/ Trailer:

E como nota, nada melhor que 4 números 7's para estampar LOL 


FIND ME:
bia_fbastos@hotmail.com
http://bf-bastos.blogspot.com.br
| | |
Goodreads
Instagram |

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Copyright © 2013 | Design e C�digo: Amanda Salinas | Tema: Viagem - Blogger | Uso pessoal