sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Livros Entre Linhas: A Ilha dos Dissidentes



Nome do Mundo: A Ilha dos Dissidentes.
Universo: Trilogia Anômalos.
Do Mesmo Planeta:
2°: A Ameaça Invisível
3°: ??
Dimensão: 303  páginas. 
Criadora: Bárbara Morais
Data de Nascimento: 
BRA: 2013.
Trouxe aos Terráqueos Brasileiros: Gutengerg
Relatório Completo: Skoob
Sinopse: SER LEVADA PARA uma cidade especial não estava nos planos de Sybil. Tudo o que ela mais queria era sair de Kali, zona paupérrima da guerra entre a União e o Império do Sol, e não precisar entrar para o exército. Mas ela nunca imaginou que pudesse ser um dos anômalos, um grupo especial de pessoas com mutações genéticas que os fazia ter habilidades sobre-humanas inacreditáveis. Como única sobrevivente de um naufrágio, ela agora irá se juntar a uma família adotiva na maior cidade de mutantes do continente e precisará se adaptar a uma nova realidade. E logo aprenderá que ser diferente pode ser ainda mais difícil que viver em um mundo em guerra.


Se você é uma pessoa que acompanha blogs literários, provavelmente reconheceu o nome da autora, a Bárbara do Nem Um Pouco Épico, que é meu blog favorito de todos os tempos. Isso quer dizer, obviamente, que é um livro nacional, e pasmem, que não existe só Machado de Assis na literatura brasileira.


"São três regras muito simples: você não diz para ninguém o que se passa por aqui; você não faz alarde que é parte da turma; você sempre respeita os outros membros. Se você as descumprir, sua vida vira um inferno, certo?"

O livro tem uma leitura tão fluída e viciante que eu o li em menos de 24h (pois não, eu não vou falar simplesmente um monótono "em um dia"). E fiquei feliz em perceber que sim, há BRASILEIROS que não se deixam levar por esse papo de "ser escritor no Brasil é patético" e investem no seu sonho de seguir o caminho maravilhoso das palavras. E nada de "o que vale a intenção" o resultado ficou realmente MUITO bom e bem feito! Me animou até a continuar escrevendo meu livro, pois sim, eu sigo essa carreira "patética".


"Segredos nunca me deixam confortáveis porque sempre há alguém que quer tirá-los de você. E eu já vi exatamente o que acontece quando alguém está determinado a descobri-lós."

Imaginem a união de distopia com X-man? Adicione uma pitada (mentira, despeja tudo) de diálogos dinâmicos e hilários, mais meio tudo de super bonder, pois eu não conseguia largar de jeito nenhum. Embrulhe nessa capa linda e TCHRAN, A Ilha dos Dissidentes para vocês! (Eu iria chamar de AIDD, mas acho que ficou meio estranho, hm)

Mas vamos à história do livro, acho que foi para isso que vocês (fantasminhas do Pac-man) clicaram aqui, am I right?


"Algo tão sigiloso assim, e eles confiam em quatro adolescentes ainda na escola? Só eu percebo algo de errado nisso?"

Como é o 1° livro da trilogia, é BEEEM introdutório, então a autora separou uma boa parte para explicar qual desgraça aconteceu no mundo desta vez e tudo que o sucedeu. Agora existe a União  e o Império do Sol, ambos vivem em pé de guerra há MUITO tempo, onde aparentemente nunca haverá um acordo que agrade os dois lados. Principalmente devido ao preconceito que 'os mutantes', conhecidos como Anômalos sofrem, sendo obrigado morar em lugares separados, usar sempre algum detalhe amarelo chamativo para poderem ser distinguidos e permanecer o mais longe possível dos humanos normais/sem graça. ALGUMA SEMELHANÇA COM O MUNDO REAL É MERAMENTE COINCIDÊNCIA.


"-Certo. Qual a missão dessa vez?
-Certo, é muito simples.
Mas não é. Nunca é. Simples é uma palavra que não existe na minha vida."

E é nessa fofura de mundo que vive Sybil, (sim, se acostumem com nomes à la estranheza, mas prefiro a ter que aguentar "Anas, Marias, Joãos"),  a protagonista de 16 anos e narradora da história. Ela vivia em Kali, uma cidade zona de guerra pertencente à União. Por ser órfã, passou a vida morando em um orfanato, dividindo os poucos suprimentos com as várias crianças e perdendo conhecidos toda semana. Até que ela é sorteada para viver como refugiada no continente pacífico, porém o navio em que estava foi naufragado e todos que embarcaram nele morreram. Exceto Sybil. O motivo? Ela não sabia até então, mas possuía o DNA de um Anômalo. Seu poder era a capacidade de respirar debaixo d'água (será que há mais algum? Hm, no spoiler).


"Esse sempre foi meu maior medo: morrer e ninguém saber. E se ninguém se importar?"

O governo a envia então para Pandora, o lugar reservado apenas para Anômalos morarem. Sybil terá uma nova família, começará a frequentar escola... E ter aulas especiais para treinar seu poder! 

Até quase a metade do livro, a história estava normal, considerando todo o lance das mutações e cenário distopico. Comecei a me surpreender mesmo depois da aula de desafios da temida TecEsp, uma matéria sigilosa onde apenas poucos alunos selecionados participam. Sybil foi escolhida por ter nascido em uma zona de guerra e por isso seu treinamento militar é bem elevado.

 O que ninguém sabia era que as pessoas que mais se destacassem e vencesse a competição seriam selecionados para fazer parte de alguma missão. As missões são feitas pelo governo, onde é escolhido um grupo de adolescentes para realizar alguma tarefa concedida a eles e nada do que acontecer lá pode ser compartilhado com ninguém, e é melhor não saber qual será a consequência.



"Ela não parece, em nenhum momento, a garota de 15 anos insegura que conheci no trem. Seu rosto não está por inteiro no meu campo de visão, mas o que vejo é fúria."

Sybil, junto com 3 amigos, vão em busca de 2 arquivos que foram incumbidos de buscar e se para eles a chance de CHEGAR lá com vida já era mínima, as revelações descobertas são ainda mais impossíveis de acreditar.

Eu adorei o livro. Acho que deu pra perceber isso quando disse que engoli de uma vez só. E tudo contribui para uma leitura emocionante e agradável. A narração em 1° pessoa bem típica de distopias, nos aproxima mais da história e é como se tudo acontecesse bem na sua frente. É tudo bem imaginável (se essa palavra não existeia, a inventei agora). Eu consegui, no MEU ponto de vista, perceber certas semelhanças com outras distopias. Sybil, porte pequeno, mas com uma personalidade forte e mentalidade dura na queda. Hello, Tris Prior? E isso foi só um exemplo.


"Que tipo de mundo é esse? O mesmo tipo de mundo que permite que crianças morram de fome e sejam usadas como cobaias. Eu já deveria estar acostumada. Porém, de alguma corma, não me importar é impossível."

Cada personagem possui características bem distinguidas e os principais são marcantes. Leon (<3) pode ser cego, mas ele possue todos os outros sentidos bem aguçados e Andrei têm uma mutação aquática igual Sybil, mas o que realmente conquista é seu humor palhaço máster. E tenho que falar, esses personagem possuem uma mania de ficar encostando testa com testa, but whatever.


"Tenho muito potencial? - diz ele rindo. - Muito potencial para quê? Navegar os sete mares e conversar com animais aquáticos?
- Não precisamos só de seus poderes. Nós precisamos de inteligência e isso é algo que você tem em abundância.
- Você não deve ter conversado com os meus professores dos últimos anos.



Eu gostei da textura grossa das páginas de cor creme, mas acho que a diagramação poderia ter sido mais trabalhada, principalmente os inícios de capítulos. Não atrapalha em nada, claro, mas eu achei muito simples. Também encontrei alguns errinhos de revisão, mas se aplica o mesmo com o detalhe anterior. (Sim, preguiça de escrever "Não atrapalha em nada" again. Tanto que isso foi um ctrl c ctrl v)


"-Todo mundo tem um preço. - Ele concorda e agradeço mentalmente por não estar sorrindo. Aquilo tornaria tudo pior.
- Algumas pessoas têm um preço que é caro demais para ser pago."

Espero mais adrenalina e espaço para os personagens no 2° volume! E WOW, O QUE É ESSSA CAPA? TENHO VONTADE DE PULAR DE BUNGEE-JUMP QUANDO ENCARO MUITO TEMPO. Well, é isso galerinha, um dos melhores livros nacionais contemporâneos que já li. Temos muito potencial, SIM!


Quatro As de Anomâlo (Hey, da para fazer uma música do alfabeto começando com isso, não?) como nota. Na verdade é 4,5, mas achei que seria desrespeitoso adicionar um "A" picado pela metade. Sim, respeito com as imagem, mas não com o Papai Noel, tentem me entender. Mas o livro merece por fazer uma mutação da literatura nacional e elevar para outro patamar!




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