segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Depósito da Pipoca & Livros Entre Linhas: O Menino do Pijama Listrado




Nome: O Menino Do Pijama Listrado.
N°páginas: 186.
Autor: John Boyne.
Editora: Cia. das Letras.

Duração: 1h 34min.

Diretor: Mark Herman.
Elenco: Asa Butterfield, Vera Farmiga, David Thewlis.
Nacionalidade: EUA , Reino Unido.
Lançamento: Livro: 2007/Filme: 2008
Relatório: Livro / Filme.
Sinopse filme: Alemanha, Segunda Guerra Mundial. O menino Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista (David Tewlis) que assume um cargo importante em um campo de concentração. Sem saber realmente o que seu pai faz, ele deixa Berlim e se muda com ele e a mãe (Vera Farmiga) para uma área isolada, onde não há muito o que fazer para uma criança com a idade dele. Os problemas começam quando ele decide explorar o local e acaba conhecendo Shmuel (Jack Scanlon), um garoto de idade parecida, que vive usando um pijama listrado e está sempre do outro lado de uma cerca eletrificada. A amizade cresce entre os dois e Bruno passa, cada vez mais, a visitá-lo, tornando essa relação mais perigosa do que eles imaginam.

Bea, me diga o que achou dos dois, no geral:

Posso fazer uma chuva de adjetivos do tipo "Lindo, tocante, emocionante", mas o melhor mesmo é a simplicidade com que um tema tão macabro foi tratado. Tanto no livro quanto no filme tudo acontece segundo a visão de Bruno, um garoto de nove que ainda guarda toda inocência da infância e com isso, ao meu ver, preservou sua mente das garras do preconceito nazista. Bruno tinha uma vida abastada e feliz em Berlim. 

Com três amigos para vida inteira e uma casa/mansão cheia de esconderijos que precisavam ser explorados. Mas um dia Bruno chega em casa e descobre que todos estão fazendo as malas e que em breve irá se mudar. Bruno não sabia, mas sua família junto com os empregados estavam fugindo dos bombardeios. Já tinha sido horrível se despedir dos avós, da cidade que tanto gostava e de tudo que planejara fazer quando descobriu que a nova casa é bem menor. Mesmo sem poder fazer mais explosões, Bruno vasculha com o olhar a paisagem da janela de seu quarto. 

Bem ao longe, ele vê uma suposta fazenda onde todos os fazendeiros usam pijamas listrados. Dentre as várias perguntas e procuras pelas respostas de Bruno, a história também gira entorno do crescimento de outras personagens, como a irmã "caso perdido" trocando as bonecas por jornais, ou como o poder da convivência o fez conhecer melhor os empregados, especialmente Maria que costumava ser só mais uma serviçal. 

Tanto o livro como o filme, mesmo aliviando um pouco a tensão por tudo se passar pelo olhar de uma criança, mostra de uma maneira parcialmente exposta, o horror que habita muitos corações humanos, fazendo o preconceito falar mais alto que qualquer humanidade. Enfim, se eu fosse transcrever todas as mensagens que essa história passa, você gastaria a duração do filme para ler. Mesmo sendo um relato fictício, ambos mostram a 2° Guerra de uma forma real e vívida

A primeira coisa que vem na mente das pessoas quando esse tema é mencionada são os campos de concentração, bombardeios e etc, mas e como foi para uma família considerada "normal e sangue-puro" oi, Draco Malfoy?? Em cada encontro de Bruno e Shmuel minha pulsação batia mais rápido só de pensar em tudo que poderia acontecer. E se um soldado aparecesse? E se a família de Bruno descobrisse? E se alguém o seguiu? Misture isso com o choque de realidade que essas cenas passam e então entenderá porque considero o livro um dos meus favoritos e o filme um dos poucos que faço questão de assistir quando eu fico muito mimimi da vida. As duas obras são dignas de calar a boca de qualquer reclamador e impulsionar pensamentos na mente mais insensível. E nem vou comentar das lágrimas.

Afinal, o que o filme tem de tão especial?
A pergunta certa seria " O que o filme NÃO tem de especial?" Além de ser um dos mais fiéis ao livro que eu já assisti, sendo que até algumas falas estão idênticas ao manuscrito, o filme funcionou muito bem como máquina do tempo e te leva para o século 40, no auge da guerra, da tirania e do poder dos soldados nazistas. E ao mesmo tempo mantém uma sensação contemporânea, entendem?, de algo que não está tão distante de nós

A atuação de todo o elenco está muito boa, mesmo que tenha aquelas pausar dramáticas clássicas de drama. Os cenários foram bem construídos e fui capaz de associar com as descrições do livro, assim como as sensações de um roteiro bem montado e planejado.

Eu só tive um problema, mas é devido ao meu "TOC": Nos filmes eu fico pensando all time long "Mas o que será que o ator/atriz estava pensando enquanto fazia tal coisa?" "No fundo nada disso é real, eles só estão fingindo, todos esses ai tem mansões os esperando assim que ouvirem o "Corta!" do diretor." Yup, besteiras assim que não me fazem viver o drama por completo. Mas caso vocês seja normal, vai aproveitar muito bem o filme e se emocionar nos momentos certos.

Vale a pena ler o livro mesmo tendo assistido ao filme?

100% Afirmativo! Para os preguiçosos de plantão, vulgo eu, tomem coragem e vergonha para ler míseras, porém marcantes 186 páginas. Garanto que é mil vezes melhor que qualquer paradidático de 200 páginas que sua professora manda ler, e esse deveria ser um. Entre os conteúdos extras que o livro possui, há mais encontros de Bruno e Shmuel, portanto você acaba conhecendo e se apegando melhor a eles e a pontada de dor, pois eu realmente senti uma facada com aquele final, se intensifica por você saber melhor quem foram as crianças e não ficar apenas triste por ter sido trágico. 

Uma diferença que também notei entre as duas versões foi o comportamento da mãe. Todo aquele negócio de agradecer Pavel, um ex médico que por ser judeu virou servente, por cuidar do ferimento de Bruno e passar a mensagem de que ainda há esperança de igualdade e compaixão... tudo pinóquio. No livro a mentalidade nazista da mãe de Bruno é um pouco mais amena sim, mas nada de trégua para com as decisões tomadas ou opiniões sobre os judeus. 

E claro, no livro os personagens naturalmente têm mais espaço para aparecer com mais aptidão e tudo é mais vívido; a raiva que sinto até hoje do temente Kotler, a aversão, pelo pai de Bruno a vontade de falar para Maria que nada daquilo é "bondade" e aproveitar libertar Pavel e Shmuel de uma vez, enfim, coisas que todo bom livro precisa te fazer sentir e este com certeza passou no teste. Um detalhe que seria uma boa cena bônus no filme foi o final para o aconteceu com a família de Bruno.

Uma passagem interessante no livro é quando Mari diz para Bruno que seu pai era um homem bom, que ajudou muito sua família no passado e agora tem emprego graças a ele, mas logo em seguida ela começa a pensar na "fazenda" que mora bem ao lado e tudo que o temente faz por lá e tenta disfarçar o impasse em que entrou.  Ou quando Bruno vê todos felizes com o aumento no cargo do pai e não entende porque a avô não gosta e acha todo aquele negócio de "servir a pátria e manter a pureza das raças" uma ladainha repetida pelos soldados para poderem "brincar" e derramar sangue sem consequências

Mas essa e outras lições só um olhar mais apurado captam.
Now, para mim o ápice do livro, se não for ele todo, e eixo de toda história são os encontras de Bruno e Shmuel. Os dois meninos nasceram no mesmo dia e tem a mesma idade, mas suas nacionalidades são a principal diferença que colocou ambos em realidades tão distantes e decidiu de qual lado da cerca cada um estaria.

O autor fez o livro em 2 dias e meio, e mesmo em 3°pessoa visou bem o espírito de uma criança de 9 anos como Bruno, não que o livro seja recomendado para pessoas dessa idade.















*Caso queira saber mais sobre minha opinião: 
http://bf-bastos.blogspot.com.br/2012/08/experimentar-resenhar-o-menino-do.html

Cinco peças de xadrez para esse livro perfeito. Por que xadrez? Bem a minha outra opção era cinco bananas de pijama, então se conformem com os cavalinhos abaixo.


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